Recato e contenção, é a receita de Paulo Portas para o período de corte entre PSD e CDS. Parece o título de um capítulo do Guia de Namoro para Raparigas Virtuosas. Nestas pequenas subtilezas lexicais, com cheiro a mofo e alfazema (sem esquecer a mise-en-scène: sobrolho levemente franzido, para sinalizar o tal sentido de estado, e um pinguinho de suor, para mostrar que isto da responsabilidade de mandar nos sai do corpo) começa-se logo a perceber a investida de um discurso moralista que saltita alegremente da economia para os costumes e vice-versa. Já temos aturado muito desta retórica: já se sabe, numa boa casa portuguese não fica bem viver à grande e à francesa. O enredo vai adensar-se. Esperem por isso mais contributos (modestos, claro) para a análise semântica desta "mudança de tom" que vai servir de banda sonora aos tempos difíceis. terça-feira, 7 de junho de 2011
Quatro paredes caiadas, um cheirinho a alecrim
Recato e contenção, é a receita de Paulo Portas para o período de corte entre PSD e CDS. Parece o título de um capítulo do Guia de Namoro para Raparigas Virtuosas. Nestas pequenas subtilezas lexicais, com cheiro a mofo e alfazema (sem esquecer a mise-en-scène: sobrolho levemente franzido, para sinalizar o tal sentido de estado, e um pinguinho de suor, para mostrar que isto da responsabilidade de mandar nos sai do corpo) começa-se logo a perceber a investida de um discurso moralista que saltita alegremente da economia para os costumes e vice-versa. Já temos aturado muito desta retórica: já se sabe, numa boa casa portuguese não fica bem viver à grande e à francesa. O enredo vai adensar-se. Esperem por isso mais contributos (modestos, claro) para a análise semântica desta "mudança de tom" que vai servir de banda sonora aos tempos difíceis.
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uma selecção de imagem bem ao gosto (falta dele) do renato teixeira.
ResponderEliminarCaro anónimo
ResponderEliminarEstou de facto a pensar mudar a imagem. Não pela sua falta de (bom) gosto, que é coisa que pouco me apoquenta ou desgosta - mesmo aceitando a distinção, gosto de o usar refinado ou grosso, conforme o caso. Não, portanto, porque possa ferir sensibilidades, mas porque as pode desviar do essencial, como o seu comentário prova(e digo "o essencial" por facilidade, sem presunção). Fica para outra ocasião uma discussão mais séria acerca do que é isso do gosto, e para que serve (para além, claro, de servir para escrever em caixas de comentários acerca da falta do mesmo).
Volte sempre
Miguel Cardoso
Retirei a imagem que originalmente encabeçava o post, e pus aquela que agora o acompanha - pelos motivos enunciados no comentário anterior. Para quem tenha curiosidade, a imagem original era a que aparece aqui:
ResponderEliminarhttp://tellmewhyimwrong.wordpress.com/category/uncategorized/
Miguel Cardoso