sábado, 18 de junho de 2011

A gente do tem-de-ser, tenha-paciência


Ora que me soergo dizem que vou servir a outros amos. Há quinhentos anos que me trazem ao engano lacaios estrangeirados, gente do tem-de-ser, tenha-paciência. Agora dizem – cimenta a tua liberdade no bem-querer dos visitantes, vamos ser ricos das migalhas dos ricos. Partirão como ratas obesas quando na barca só ficarem os filhos aleijados dos meus filhos. Partiriam como as larvas dos ossos quando este meu punho se não erguesse a saudá-los mas a pedir uso, a enxada negada, a máquina guardada pelos cães.”


Escrito em Maio de 75, pela Maria Velho da Costa. Mas é para colar nas avenidas, escancarar nos postes e afixar à porta do Parlamento.

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