quarta-feira, 15 de junho de 2011

Contemplai as banais ruínas do futuro


Lá tive estômago para espreitar umas imagens do 10 de Junho, e ouvir parte dos discursos, e lembrei-me disto: 

"De todas as formas de tédio que afligem o homem civilizado, há provavelmente poucas mais agudas e constantes que aquela que resulta de ter, de vez em quando, de contemplar peças de escultura banais. (...) Mas felizmente estes objectos cumprem a sua função sem nos incomodar muito (...) Lá estão no seu pedestal para todo o sempre, e conseguem apenas exalar uma ténue exortação ao espírito cívico convencional, o que afaga o bom cidadão e apenas irrita levemente o mau, que olha para as obras como um símbolo daquilo que ele e os seus companheiros revolucionários podem ir antecipando a alegria de destruir, algures no futuro"

(Roger Fry, "London sculptors and sculptures") 

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