sábado, 18 de junho de 2011

O que toda a gente deveria saber sobre os malefícios da internet


Caro Renato, penso que falo pelo conjunto dos unipoppers quando te digo que tens sido o nosso leitor predilecto. Bem assim, não consigo deixar de me enternecer com o entusiasmo com que nos procuras etiquetar e o carinho com que nos chamas coisas tão bonitas como "comité intelectual" e "pós-modernos" (um dia ainda hás-de perder algum tempo a ler sobre o assunto e verás, para tua surpresa, que essa é uma notícia manifestamente exagerada). Por agora, recomendo-te apenas que sejas mais ponderado e criterioso no momento de escrever posts. Ainda te pode sair outro como este.


Fernando. Nobre?


Não é o melhor candidato para o que defendi aqui mas devo confessar que gostei da sua matreirice inaugural. É tão vaidoso como Alegre (mais é impossível) mas assim à primeira vista tem uma série de virtudes:
1º- Entala o Manuel Alegre à sua esquerda.
2º- Ridiculariza do Bloco de Esquerda que das duas uma: ou dá o dito pelo não dito e muda de candidato ou mantém o apoio ao candidato do governo. (por falar nisso, confirmei com fontes obscuras que Alegre é o candidato oficial do PS).
3º- Pressiona o PCP para uma candidatura não sectária. Cair na tentação de avançar alguém demasiado ligado ao aparelho seria um erro para a esquerda e uma oportunidade perdida para a CDU.
4º- Nunca será um candidato do governo e do PS.
5º- É conhecido por algo mais substancial do que ser um mau deputado e um poeta medíocre.
6º- Cria pontes com o movimento social.
7º- Contrapõe uma visão internacionalista ao patrioteirismo balofo de Cavaco e Alegre.
8º- Não dedicou os últimos anos da sua vida a preparar uma corrida a Belém.
9º- Tem uma perspectiva crítica sobre a máquina que alimenta.
10º- Deixou o oportunismo à beira de um ataque de nervos.
Veremos se Fernando se faz Nobre e se junta à aristocracia Alegre ou se vem acrescentar algo de novo.

6 comentários:

  1. O que fazer caríssimo? Gosto de vos ler, especialmente agora que prescindiram da companhia da islamofobia. Aprecio sobretudo o vosso interesse no trotskismo militante, da Rubra ao BE, sobre os quais têm sempre boas contribuições aos debates em curso.

    Quanto ao assunto o resgate do Nobre parece-me, no entanto, algo infeliz e um pouco fora de tempo. Nobre, nas presidenciais, foi tudo isso que escrevi e como a posta esclarece, a natureza da sua candidatura poderia ter dado uma de duas coisas. Infelizmente, não saiu das fronteiras da aristocracia.

    Quanto ao som nada a dizer. Fantástico. Temos que fazer um ensanble-djiing num quarto escuro perto de si. ;) Abraço

    Renato Teixeira

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  2. Eh pá, então tu trocaste-me pelo Renato? Vou ficar Xateado. Mas a sério, a sério, o teu colega e amigo Party Program, por acaso, anda por aqui com outro nome ou coisa que o valha??
    É que é o escriba das "nossas" esquerdas que eu mais gosto de ler. Por onde anda??
    Responde, se souberes e quiseres.

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  3. Party Program continua a jogar Spectrum e não faz parte da Unipop.
    Olha que não Renato. Nobre foi nas presidenciais o que tinha sido antes das presidenciais e o que continuou a ser depois das presidenciais: um enorme saco cheio de ar. Aquela rábula da criança que corre atrás da galinha com o pedaço de pão na boca ficará para a história como a afirmação mais cretina que um candidato presidencial alguma vez fez.

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  4. Foi um ar, sem dúvida, mas por ajudar a mandar o Alegre para o Museu de Antiguidades mereceu a sua posta "simpática".

    Renato T.

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  5. Ricardo, aí está um bom conselho "recomendo-te apenas que sejas mais ponderado e criterioso no momento de escrever". Gostaria que mo tivesse dado a mim, gostaria (mas não o faço) de o seguir sempre. Fernando Nobre fez com que pela primeira vez tivesse opinião política pública.
    Teve o meu apoio e fui para a rua arranjar-lhe assinaturas para poder candidatar-se. No início de Agosto antes das presidenciais retirei-lhe o apoio, não gostei da notícia do Expresso acerca de FN pertencer a causa real, pareceu-me pouco coerente e não mais voltei a reuniões políticas de FN. Mas votei nele, e ainda achava que era inexperiência política, e a rigidez tinha a ver com envelhecimento precoce e eu admirava o homem da AMI. Fui pouco ponderada e criteriosa e ainda, cometi o erro de propor a um amigo envolver-se na campanha por FN. Esse meu amigo mais experiente e ponderado perguntou-me se eu conhecia FN, disse-lhe que não. Ficou de pensar e como até agora ainda não me disse nada, julgo que não vai apoia-lo ;) ou ficou tão mal impressionado com a minha escolha em homens que pensou, realmente... Não aprende. Não cresce. Não muda.
    Se consigo ver que FN foi o meu herói com pés de barro talvez tenha inteligência suficiente para de forma ponderada e criteriosa perceber que não há heróis, só homens e mulheres, uns como eu impulsivos, não criteriosos, nem ponderados mas inteligentes e boas pessoas o suficiente para saber que passado é passado e seguirem em frente.
    Espero não ter perdido o amigo por ter considerado o homem o meu herói pq se há coisa que aprendi com esta má escolha para homens/heróis é que isso é passado e não vai tornar a acontecer. Agora os homens são homens e terão a minha admiração e amizade se eu os conhecer, como implicitamente o meu amigo me quis dizer. Se ainda é meu amigo, claro, depois desta gaffe tão boa como a da galinha. Porque a minha escolha em homens pode não ficar lisonjeada com a escolha FN mas até agora foi o único homem em que me enganei. Não está mal, uma excepção só confirma a regra. Espero!

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  6. Suponho que então, Renato, deveríamos saudar e apreciar Cavaco por também ter contribuído para essa tarefa histórica de grande fôlego. Aliás, todos os outros candidatos foram bons, porque contribuíram para "mandar Alegre para o Museu de Antiguidades". Talvez seja altura de enxotares o gato de cima do teu teclado.

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