sexta-feira, 15 de julho de 2011

Vai trabalhar vagabundo!

Todo o filho-de-deus colabora com todo o filho-de-deus na tarefa comum de aperfeiçoar-se e especializar-se em fazer ou não deixar fazer, a fim de impedir uma vida despreocupada. (...)
Todo o filho-de-deus acha que fazer é um sacrifício e uma devoção, mas também um dever, é isto que todo o filho-de-deus acha; por isso todo o filho-de-deus especializado em fazer chama a si o sacrifício e a devoção e o dever de fazer e: ao filho-de-deus especializado em não deixar fazer, dá o encargo de não permitir que sejam rejeitados o seu sacrifício, a sua devoção e o seu cumprimento do dever (...)
Ainda quando está liberto de trabalhos, o filho-de-deus preocupa-se com o que os outros estão a poder fazer na sua ausência; o filho-de-deus preocupa-se com o que os outros fazem na sua presença e na sua ausência, e até com o que os outros não fazem mas podiam fazer. ‘Vai trabalhar, malandro’, diz ele, e ainda: ‘Como é que isto pode ir para a frente sem se fazer nada?

Alberto Pimenta, Discurso sobre o filho-de-deus ao qual se segue o discurso sobre o filho-da-puta



So tonight gotta leave that nine to five upon the shelf
And just enjoy yourself
Groove, let the madness in the music get to you
Life ain't so bad at all
If you live it off the wall

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