domingo, 31 de julho de 2011
Novo tasco
Hoje, onde qualquer partido de esquerda merece pouco mais que um bocejo, que o sindicalismo é uma marcha fúnebre pela manutenção do que existe, e em que a ocupação de uma praça teve tanto de revolucionário como de missa evangélica, cá estamos à procura de caminhos. Vagueamos a cidade à procura do que queremos, de vez em quando saímos para respirar e voltamos. Sobrevivemos, mas queremos viver. E fazemos por isso.
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sábado, 30 de julho de 2011
Bruscamente no verão passado
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Seminário Pensamento Crítico Contemporâneo IDENTIDADES E POLÍTICA
O debate em torno das chamadas questões de identidade tem sido objecto de uma enorme controvérsia mediática, politica e académica, que tem ganho forma em discussões em torno do multiculturalismo, do feminismo ou dos direitos LGBT, mas também, mais recentemente, em torno de questões relativas à identidade socioprofissional, com o tema da precariedade a dar nova ênfase a debates em torno da problemática do trabalho. Este curso pretende discutir a relação entre política e identidade a três níveis diversos mas entre si relacionados – etnicidade, género e classe –, sendo que ao mesmo tempo pretendemos debater a própria ideia de identidade enquanto base da acção política. Trata-se de um debate a ter sem identificar nenhum público preferencial e para o qual convidámos académicos e activistas que sobre estas questões se têm debruçado.
Organização: UNIPOP e revista Imprópria
Local: Fábrica de Braço de Prata (Rua da Fábrica do Material de Guerra, n.º 1, Lisboa – junto aos correios do Poço do Bispo)
Datas: Dias 17 e 24 de Setembro, 1, 8 e 15 de Outubro, das 17h às 20h
Inscrições: 20 euros (inclui o acesso a todas as sessões e a todo o material em discussão no seminário, bem como um exemplar do n.º 1 da revista Imprópria).
A inscrição em sessão avulsa está limitada à disponibilidade de lugares, não sendo susceptível de reserva prévia. Nesse caso, o valor da inscrição é de 6 euros. A inscrição deve ser feita por transferência bancária, através do NIB 0035 0127 00055573730 49, seguida de e-mail com o comprovativo para cursopcc@gmail.com.
Lugares limitados.
No final do curso será emitido um certificado de frequência.
Programa (provisório):
17 de Setembro
Mesa-redonda «Identidade e sujeitos políticos»
António Guerreiro
Bruno Peixe Dias
Miguel Serras Pereira
Fátima Orta Jacinto
Hugo Monteiro
24 de Setembro
Classe
João Valente Aguiar – conferência
José Neves – leitura crítica do texto «Algumas observações sobre classe e "falsa consciência"», de E. P. Thompson
1 de Outubro
Etnicidade
Manuela Ribeiro Sanches – conferência
Diogo Ramada Curto – leitura crítica de texto a indicar em breve
8 de Outubro
Género
António Fernando Cascais – conferência
Salomé Coelho – leitura crítica do texto «Multitudes queer. Notas para una política de los "anormales"», de Beatriz Preciado
15 de Outubro
Mesa-redonda «Política, identidade e movimentos»
Paulo Corte-Real
Sérgio Vitorino
Mamadou Ba
António Guterres
Ana Cristina Santos
Tiago Gillot
Ricardo Noronha
Conferencistas:
António Guerreiro é crítico no jornal Expresso, tradutor e ensaísta. Tem trabalhado particularmente autores como Walter Benjamin e Giorgio Agamben.
Bruno Peixe Dias é investigador do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa e da Númena – Centro de Investigação em Ciências Sociais e Humanas. Coordenou, com José Neves, a edição do livro A Política dos Muitos. Povo, Classes e Multidão (2010).
Miguel Serras Pereira é tradutor.
Fátima Orta Jacinto é arquitecta urbanista e estudante bolseira no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, onde realiza o seu doutoramento em Sociologia, que incide sobre a crítica feminista do espaço urbano contemporâneo.
Hugo Monteiro é doutorado em Filosofia e docente do Instituto Politécnico do Porto. Pós-doutorando na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em torno dos pensamentos de Jacques Derrida e de Jean-Luc Nancy.
João Valente Aguiar é investigador do Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras do Porto. Publicou recentemente o livro Classes, Valor e Acção Social (2010).
José Neves é professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e é investigador do Instituto de História Contemporânea da mesma faculdade. Coordenou recentemente a edição do livro Como se Faz um Povo. Ensaios em História Contemporânea de Portugal (2010).
Manuela Ribeiro Sanches é professora na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde investiga nas áreas dos estudos culturais, dos estudos pós-coloniais e dos estudos literários, e é membro do Centro de Estudos Comparatistas.
Diogo Ramada Curto é investigador do CesNova. Dirige, com Nuno Domingos e Miguel Jerónimo, a colecção «História e Sociedade», das Edições 70.
António Fernando Cascais é professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Entre outros, coordenou a edição do livro Indisciplinar a Teoria: Estudos Gays, Lésbicos e Queer (2004).
Salomé Coelho é doutoranda em Estudos Feministas na Universidade de Coimbra, com tese sobre Teorias Queer, movimentos feministas e LGBT. É vice-presidente da associação UMAR.
Paulo Corte-Real é professor auxiliar na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa. É presidente da Associação ILGA-Portugal.
Sérgio Vitorino é activista LGBT.
Mamadou Ba é activista da associação SOS Racismo.
António Guterres é coordenador do Centro de Experimentação Artística do Vale da Amoreira e é fundador da associação Freestylaz.
Ana Cristina Santos é socióloga e doutorada em Estudos de Género. É investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
Tiago Gillot é licenciado em engenharia agronómica e activista do movimento Precários Inflexíveis.
Ricardo Noronha é investigador do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Portugal sem mais nada: os interesses nacionais (3)
Aparentemente, pois, as "secretas" também têm os seus PIN /Projectos de Interesse Nacional, singularidades que, por obra e graça de um despacho ou um email, tornam interesses privados de empreiteiros, industriais, hoteleiros, etc., em "interesses nacionais", acontecendo ao secretismo das informações da República o mesmo que aos sobreiros das Reservas Ecológicas e Agrícolas: dão lugar a valores - sem outro sentido - mais altos. Faz-me, contudo, confusão o que seja esse misterioso "interesse nacional" de que tanto se fala e como é que pessoas como o ex-director das "secretas" dão com ele. Em Esparta atiravam-se deficientes do alto do Taigeto em nome do "interesse nacional" e nos saudosos tempos de Salazar abria-se a correspondência e mandava-se gente para o Tarrafal também no seu santo nome. Hoje abatem-se sobreiros e passam-se informações secretas, já é um progresso.
Elas enchem lancheiras e tarros e pastas de escola com latas e buchas e fruta embrulhada num pano limpo
A relação entre o homem e a mulher é a relação imediata, natural e necessária do homem com o homem.
Karl Marx
1. RECONSTITUIÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Elas lavam as cuecas borradas do primeiro sémen, do primeiro salário, da recruta.
Elas vão à parteira que lhes diz que já vai adiantado. Elas alargam o cós das saias. Elas choram a vomitar na pia. Elas limpam a pia. Elas talham cueiros. Elas passam fitilhos de seda no melhor babeiro. Elas andam descalças que os pés já não cabem no calçado. Elas urram. Elas untam o mamilo gretado com um dedal de manteiga. Elas cantam baixinho a meio da noite a niná-lo para que o homem não acorde. Elas raspam as fezes das fraldas com uma colher romba. Elas lavam. Elas carregam ao colo. Elas tiram o peito para fora debaixo de um sobreiro. Elas apuram o ouvido no escuro para ver se a gaiata na cama ao lado com os irmãos não dá por aquilo. Elas assoam. Elas lavam joelhos com água morna. Elas cortam calções e bibes de riscado. Elas mordem os beiços e torcem as mãos, a jorna perdida se o febrão não desce. Elas lavam os lençois com urina. Elas abrem a risca do cabelo, elas entrançam. Elas compram a lousa e o lápis e a pasta de cartão. Elas limpam rabos. Elas guardam uma madeixita entre dois trapos de gaze. Elas talham um vestido de fioco para uma boneca de papelão escondida debaixo da cama. Elas lavam as cuecas borradas do primeiro sémen, do primeiro salário, da recruta. Elas pedem fiado popeline da melhor para a camisa que hão-de levar para a França, para Lisboa. Elas vão à estação chorosas. Elas vêm trazer umn borrego à primeira barraca e ao primeiro neto. Elas poupam no eléctrico para um carrinho de corda.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Elas cortam os dedos nas primeiras vinte cinco latas até calejar bem
terça-feira, 26 de julho de 2011
Com a verdade me enganas
The Frankfurt school is not a building although it did have a building
Eis um tesourinho mais deprimente que o "Receitas de Microondas para Um". E mais sinistro que um choque frontal na auto-estrada.
(via Jason Read).
segunda-feira, 25 de julho de 2011
No corpo a corpo com a história
Olhando para trás, o que foi para ti o operaísmo?
sábado, 23 de julho de 2011
Portugal sem mais nada: os interesses nacionais (2)
Razão tem a União de Leiria, que abandonou o estádio Magalhães Pessoa (a par das Amoreiras e de certa cassete VHS, uma das grandes obras com as quais Tomás Taveira serviu o interesse nacional), mais os seus "23 835 lugares, totalmente cobertos" para ir jogar para a Marinha Grande. O tempo que esta obra (emblemática de um grande desígnio nacional) levou a tornar-se um símbolo do despesismo (que tão contrário se revela ao interesse nacional), poderia deixar qualquer um zonzo. Razão acrescida para que o Expresso, "como é óbvio", não considere a relevância de noticiar semelhante decisão ou, muito menos, de investigar quem ao certo decidiu, participou e lucrou com tanto cimento aplicado num tão curto espaço e com tão discutível utilidade. Seria no mínimo inoportuno.
Talvez o Público + venha alterar este desconsolador cenário jornalístico. A menos que as seis grandes empresas do PSI-20 que o financiam lhe tenham colocado como horizonte inultrapassável a defesa do interesse nacional. Nesse caso, ainda nos arriscaremos a saber pelo Notícias da Amadora ou pelo Jornal do Barreiro que o litoral português foi vendido a um consórcio de investidores (de contornos por esclarecer), de maneira a reduzir o défice, sustentar a dívida, sossegar os mercados, evitar que os portugueses vivam acima das suas possibilidades e, naturalmente, defender o interesse nacional. O mesmo é dizer, Portugal sem mais nada.
Portugal sem mais nada: os interesses nacionais (1)
Eis a ementa para o almoço. Arrotem à vontade!
Put the bite on the son of a bitch
Don't mess up, don't you give me no switch
Come on, baby, and eat the rich
Come on, baby, and eat the rich
Come on, honey, eat your supper
Come on, baby, bite that sucker
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Unipoppers à escuta - Passa Palavra
Além de ser um reflexo da crise financeira mais geral da União Europeia (ela própria resultante de se ter avançado com uma moeda única, o euro, antes de haver qualquer vislumbre de políticas externa e interna únicas, e por isso mesmo sendo a UE regida por um domínio informal dos países europeus com burguesias e bancos mais fortes, como a Alemanha e a França), a crise específica que se vive em Portugal tem características locais próprias que resultam da fraca evolução e modernização do capitalismo português nestes 37 anos de democracia parlamentar. É uma crise de produtividade resultante, em primeiro lugar, da secular tendência parasitária da classe empresarial portuguesa, oportunista e habituada a encostar-se ao poder do Estado, e sobretudo inculta e incompetente, se comparada com as suas congéneres da restante Europa, excepto talvez a grega – um estudo recente mostra que 75% dos empresários portugueses não concluiu o nível de estudos secundários. A integração deste país (formalizada em 1985) numa Europa muito mais desenvolvida, canalizados os enormes “fundos de coesão” recebidos para a constituição rápida e improdutiva de novas fortunas, paulatinamente liquidadas as actividades económicas básicas de auto-subsistência (agricultura e pescas) que poderiam conter a sua crescente dependência do exterior, transformou Portugal num país de tasqueiros (turismo) e de empreiteiros (construção civil). O turismo tem crescido à custa de uma força de trabalho pouco qualificada, sazonal e precária, e o seu desenvolvimento não foi orientado por políticas urbanas e de gestão de solos de longo prazo, mas por sistemáticas jogadas de curto alcance e enriquecimento fácil. A construção civil (incluindo uma plétora absurda de obras públicas, sobretudo auto-estradas) cresceu no essencial à custa da força de trabalho de mais de meio milhão de emigrantes africanos e leste-europeus. Betão [concreto] e serviços – além do mais, dois campos férteis para o alastramento da corrupção.É essa classe que, através dos dois partidos dominantes, PS e PSD, tem dominado Portugal nos últimos decénios. É ela que, agora, está sendo escrutinada pelo frio e mais exigente capitalismo do norte da Europa.
terça-feira, 19 de julho de 2011
Génova, dez anos depois.
As manifestações de Génova contra o G8 em 2001 e o seu trágico desenlace marcaram toda uma geração e todo um momento político. Dez anos depois persistem ainda várias questões relativas ao que realmente se passou naqueles dias de Julho - quem disparou a arma que matou Carlo Giulliani, quem ordenou e orquestou as cargas da polícia desautorizadas pelo comando central, quais foram as consequências legais para os manifestantes presos e para os polícias que invadiram a escola Diaz. Uma oportunidade de discutir tudo isto e muito mais amanhã no RDA a partir das 20h.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
a história continua… pertinho.
Não se pode chamar de amnésia. Não podemos esquecer aquilo que nem sequer pudemos saber. O tempo presente converteu-se num aspirador macro-histórico, capaz de desvanecer da memória colectiva (“memória colectiva” parece já um anacronismo) qualquer referência ao conflito social, ao antagonismo dos poderes, à visão libertária, à consciência de classe, para usarmos um termo tão anquilosado, como drasticamente necessário.
A pós-modernidade é também esse vácuo indolor, essa cínica crença de que tudo começa do ponto zero, de que tudo é eternamente novo. Como numa campanha publicitária... ou no telejornal… nada se repete, tudo se renova, como o papel higiénico. Com a pós-modernidade como cenário e a história oficial como verdade cultural, recuperou-se a Revolução Social Espanhola para a visão histórica e episódica da teoria democrático-burguesa. Essa teoria que consegue fazer esquecer por completo 7 milhões de operários e operárias em auto-gestão, ou convertê-l@s numa massa que lutou pelo advento da democracia e da consolidação da sociedade do bem-estar! O mito da falsa democracia falou mais alto, sublimando provavelmente o mais sólido processo revolucionário europeu, aquele que transformou radicalmente a lógica das relações de poder em todos os aspectos da vida, para mudar a sociedade e o quotidiano.
Não é por acaso que quando os operários começaram a radicalizar o seu movimento durante os anos de 1936/39 reivindicaram a sua total "autonomia", ou seja, a independência quer da burocracia estatal vertical, quer face a representações estrangeiras, como a independência face aos partidos ou a grupos de trabalho clandestino. Para eles tratava-se de agir em conjunto para resolverem os seus próprios problemas e assuntos, directamente e com as suas próprias regras, para tomar as suas próprias decisões e definir a sua estratégia e tácticas de luta, enfim, para se constituírem como movimento revolucionário.
A liquidação da memória histórica associada às lutas dos assalariados significou a eliminação de toda a perspectiva revolucionária. Se ela hoje nos faz falta? Se vale tanto como a mijona ou o mexilhão na maré vaza? Perguntem-se vós… Que acabou a História? Que o proletariado não existe? Que a luta de classes é do século XIX? Que somos ingénuos? Que 1984 era um filme de ficção? Que os “porcos” não triunfaram? Que não existem “PIGS”? Que ao lado, por cima e por baixo da Moody’s não existe um conjunto de seres forrados de lixo por dentro e de luxo por fora? Que vasculhar no lixo ao lado do Pingo Doce é desporto, parkour-esofágico? Que as filas na segurança social são uma fábrica de talentos falhados? Que com 500 euros no bolso, bem contadinho, dá prá jola, pró tremoço e ir a banhos ao Algarve (ou Alentejo, pois…) e o resto é paisagem, sonhos, utopias, lirismo, poesia, tretas tretas…
George Orwell, alguns anos depois do fim da guerra civil, escreveu: “A História parou em 1936”. Parou de facto, em amplos sectores da sociedade espanhola, a dominação social, económica, estatolátrica e patriarcal, essa dominação que a própria História prefere ensinar. Não embarquemos no faducho, não choremos nós sobre inércia derramada. Mas poderemos silenciar as tentativas emancipatórias do ser humano? Poderemos esquecer outra forma social e económica de entender as relações humanas? Poderemos ficar com a história que nos vendem a trouxe-mouxe? Poderemos ficar parados e viver o desastre? Contentes, por todos dispormos do direito a pensar e agir, mas termos perdido a faculdade de o fazer? Ou, pior ainda, incomensuravelmente mais desastroso, fazer parte dessa imensa ausência de esforço para compreender e agir?
Todavia, a história continua… pertinho.
ES.COL.A - espaço colectivo autogestionado do Alto da Fontinha
sábado, 16 de julho de 2011
sexta-feira, 15 de julho de 2011
É mangas de cabedal, man
Blusão de cabedal:
COOL! |
NOT COOL! |
Quod erat demonstrandum.
Roubado do genial Demetri Martin.
Vai trabalhar vagabundo!
So tonight gotta leave that nine to five upon the shelf
And just enjoy yourself
Groove, let the madness in the music get to you
Life ain't so bad at all
If you live it off the wall
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Para quem acha que o bloco não vai lá sem o louçã...
Lili Caneças, aqui
Um semântico incurável
ABANDONAI TODA A ESPERANÇA VÓS QUE AQUI ENTRAIS |
quarta-feira, 13 de julho de 2011
O reino da empregabilidade: capital humano e empresas de trabalho temporário. 1) O «capital humano»
A relação entre trabalho e capital foi, desde sempre, marcada por alguma indeterminação: os trabalhadores nem sempre sabiam o que podiam esperar da empresa e esta, por sua vez, nem sempre sabia o que podia esperar dos trabalhadores. O Fordismo, tanto na sua dimensão económica, como também social e política, representou a tentativa de abolição dessa incerteza, presente em ambos os lados da contenda. De um lado, as empresas, através da organização científica do trabalho, garantiram a subordinação real do trabalhador à máquina produtiva e, por conseguinte, uma estimativa precisa da sua performance; e, em troca, mercê de um antagonismo manifesto, os operários vieram a obter um conjunto de direitos sociais, constitucionalmente consagrados.
No entanto, mais do que isso, o regime fordista constituiu o reconhecimento da necessidade de se encarar o trabalhador como parte da obra da empresa, tomando a sua vida como objecto de produção. Deste ponto de vista, e embora surja apenas em meados da década de 60, a ideia contida no conceito de «capital humano» encontra-se longe de poder ser enquadrada numa ordem de ideias pós-industrial ou pós-moderna.
Os desafios representados pela evolução do sistema de produção, crescentemente dependente de elevados níveis de cognição humana, exigem novos métodos de abolição da incerteza acima mencionada. O objectivo deste artigo é, a partir da análise de anúncios de emprego produzidos por empresas de trabalho temporário, compreender quais os critérios que devem orientar a autoprodução dos trabalhadores da nova economia.
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terça-feira, 12 de julho de 2011
O Capital vai ao cinema
Para quem se interessa pelas danças do Capital e pelas imagens que dançam. Os abstracts têm que ser enviados até 1 de Dezembro deste ano.
Call for Papers
Marx at the Movies Conference
University of Central Lancashire
March 16-17, 2012
Talvez se me guardarem no frigorífico
Animais de fogo
Um dia
o homem é posto à prova, interrogado
pelas areias moventes;
desaba sobre ele a tempestade
que o quer afogar.
Cautela com os animais de fogo!
Passou o tempo da viola.
Também não aceito cantar as Índias
mentirosas. Segue carta
explicando como a paz começa.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Abutres
I am a Chancho
Olha que três
Um debate da London Critical Theory School, entre o Boaventura, que é cá do burgo, o Balibar, que é universal, e a Esther Leslie, que é minha (orientadora).
Ainda não ouvi, nem sei sobre o que é, mas promete: AQUI.
Mais ou menos vivos
domingo, 10 de julho de 2011
sábado, 9 de julho de 2011
Falam, falam, falam
Talk talk talk talk
All you do to me is talk talk
When every choice that I make is yours
Keep telling me what's right and what's wrong
Don't you ever stop to think about me
I'm not that blind to see that you've been cheating on me
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Ainda a propósito de taxistas desusados
I am moved by strange whistles and wear a hat
When I drive cab
I am the hunter. My prey leaps out from where it
hid, beguiling me with gestures
When I drive cab
all may command me, yet I am in command of all who do
When I drive cab
I am guided by voices descending from the naked air
Get out of your beds and stop painting fucking trees!
Mas os dias são cinzentos a cara é azul e a dinamite vermelha e amarela
Estarei na próxima edição de VERDES SÃO OS CANTOS no Bar A Barraca, já este SÁBADO, dia 9, a partir das 10h30. Entrada livre e vagabunda. A ler uns poemas e outras coisas da vida e não só. A dar dois dedos com quem por lá aparecer. Quem sabe a atear fogo à palha podre do colchão e dançar de alegria no meio das labaredas enquanto os ouço crack crack como castanhas ao lume.
Com concerto d'O Quarto Fantasma.
Verdes são os Cantos é um ciclo mensal, organizado por Catarina Nunes de Almeida. Tem como objectivo reunir novos nomes da poesia e da música portuguesa. As sessões dividem-se em dois momentos – um recital poético e um concerto. Porque o mote destas sessões é a poesia, os poetas e os músicos trazem algumas escolhas de “autores da sua vida” que são lidos e comentados juntamente com o público.