quinta-feira, 31 de maio de 2012

Helena Roseta


Deixemos em paz, por um momento, os polícias que estão a conduzir a desocupação de São Lázaro. 

O centro da questão é Helena Roseta, primeiro, e António Costa, depois. 

Não esperava que Roseta promovesse ocupações. Ou sequer que fizesse alguma coisa de esquerda. Em relação aos eleitos, eu sou assim, espero pouco das pessoas, que é para depois não me desiludir à grande. 

Mas esperava que Roseta não fosse mais zelosa do que os tribunais e que não ultrapassasse a lei pela direita. 

Roseta não precisava de ter feito nada de esquerda, nada de democrático, nada de cidadão. Bastava-lhe ter cumprido a lei como qualquer outro animal. 

E também ajudava ter vergonha na fronha. Que lhe dêem a escutar as críticas que fez a Rui Rio pela desocupação da Fontinha. Que lhe mostrem imagens da senhora vereadora que procurou assumir protagonismo na Assembleia Popular do Rossio.

Roseta era do PSD, passou para o PS, passou para a ala esquerda do PS, criou um movimento de cidadãos à esquerda do espaço partidário. 

E de há uns tempos para cá iniciou o caminho de volta, embora agora, parece, com uma velocidade que não se viu antes, pois num par de anos: voltou para o espaço partidário que antes classificara como decadente; voltou para uma lista do PS sob o comando de António Costa; e agora, finalmente, ultrapassou sentenças judiciais pela direita. 

Com argumentos que fazem dela a Christine Lagarde portuguesa. (Diz Roseta que está a desocupar uma ocupação ilegalmente porque há pessoas mais carenciadas que efectivamente necessitam de casa ao contrário dos ocupas). 

Só não lhe chamo de vendida porque nunca comprei toda aquela gelatinice.

Sem comentários:

Enviar um comentário