A aristocracia financeira amaldiçoava, portanto, a luta parlamentar conduzida pelo partido da ordem contra o poder executivo como uma perturbação da ordem e celebrava cada vitória do Presidente, face aos pretensos representantes, como uma vitória da ordem. Por aristocracia financeira não se deve entender aqui unicamente os grandes promotores de empréstimos e os especuladores de títulos públicos, cujos interesses coincidem com o poder, como é óbvio e facilmente se entende. Todo o mundo financeiro moderno, todo o sector dos bancos está estreitamente interessado na manutenção do crédito público. Uma parte do seu capital comercial é necessariamente colocado em títulos públicos rapidamente convertíveis. Os depósitos, o capital posto à sua disposição e que eles repartem entre comerciantes e industriais, provém em parte dos dividendos recebidos pelos possuidores de títulos públicos.
Karl Marx em O 18 de Brumário de Luís Bonaparte. Publicado em 1852.
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