Tem toda a razão Pacheco Pereira quando, sem prestar qualquer tributo à demagogia, oferece das "assembleias populares" um retrato desapaixonado e frontal. É evidente que os partidos políticos, legítimos actores de uma sociedade verdadeiramente democrática, seguem padrões muitíssimo mais elevados. Como por exemplo, este pedaço de enorme elevação política:
Aliás, o PSD tem-nos habituado ao melhor que existe em termos de debate democrático, pelo que se torna no mínimo arriscado decretar as "assembleias populares dos indignados uma das maiores fantochadas políticas que por aí andam". Ele há tanta fantochada por onde escolher:
E falando em completa ausência de qualquer tipo de ideia política, eis uma assembleia bué de mais democrática e representativa, onde impera sempre a preocupação em construir um mundo melhor, "sem suscitar o ridículo geral", eis a intervenção do Presidente da Distrital de Lisboa da JSD no congresso nacional:
Na idade do Youtube, certas afirmações arriscam-se a brilhar pelo ridículo. As assembleias populares terão as suas fragilidades, mas ainda não chegaram ao ponto de receber lições de democracia dos passarões exóticos que se passeiam entre os Passos Perdidos e um qualquer estúdio televisivo, a garantir-nos que as instituições funcionam e que Passos Coelho tem legitimidade para nos levar a mão ao bolso em nome do interesse nacional. "As figuras que eles fazem no parlamento" tornou-se um sinónimo de ridículo e irrelevância. Basta andar de transportes públicos para o perceber.
E para terminar, um pouco da elevação democrática que caracteriza a casa da democracia. Uma espécie de best off da democracia real em que vivemos. Contado ninguém acreditava.
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