segunda-feira, 5 de setembro de 2011

fósforo sem ponta por onde se lhe pegue




Passos Coelho afirmou existirem em Portugal, e cito, “aqueles que pensam que podem incendiar as ruas e ajudar a queimar Portugal. Pode haver quem se entusiasme com as redes sociais e com aquilo que vê lá fora, esperando trazer o tumulto para as ruas de Portugal”.

A resposta a dirigir a tal questão não é, num primeiro momento, uma resposta. Pois a primeira reacção a uma frase como esta só pode ser a surpresa, sentimento frequentemente expresso pela interrogação. Porquê? Aonde? Quem é que quer queimar Portugal?

E a segunda resposta que nos vem à cabeça, desta vez sem se limitar à mera inquirição, é… a indústria do papel. Queimar florestas para depois construir eucaliptos. Poderá ser igualmente um grupo económico dos grandes, daqueles que querem construir resorts e campos de golfe. Embora o sobreiro vá melhor com o bulldozer.

Passo Coelho poderia ter sido mais específico, apontando dedos a nomes e nomeando factos (de preferência, recentes). Se não o fez, o motivo é simples: não há nada nem ninguém para apontar. E Coelho sabe perfeitamente disso.

Como tal, apenas posso concluir que a sua intenção é, ou a intimidação, num contexto em que estão marcadas várias manifestações para os próximos meses, ou a preparação do terreno para algo bem pior. Tão grave que, à semelhança do método usado pelo primeiro-ministro, nem sequer me atrevo a desenvolver. Para ver se, assim, assusto alguém com todas estas frases sem sujeito e só com predicado.

Por chico-esperto, chico-esperto e meio.

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