domingo, 27 de novembro de 2011

Classe, valor e conflito social



Múltiplos discursos políticos e ideológicos têm incidido sobre a classe trabalhadora ao longo dos últimos 150 anos. Das perspectivas de exaltação ou de atribuição de um pendor teleológico a essa classe social, às abordagens que buscam consensualizar o mundo assalariado na sociedade contemporânea, os enunciados políticos e simbólico-ideológicos em torno deste assunto têm sido variados. Nas ciências sociais, a discussão da classe trabalhadora e das classes sociais tem dado igualmente lugar a posições relativamente focalizadas numa dimensão, desde as perspectivas que vão da inserção sócio-profissional no tecido social à equiparação das classes sociais ao somatório de estilos de vida. 

O cruzamento interdisciplinar apresenta por isso potencialidades interpretativas relevantes para, por um lado, ultrapassar discursos enraizados no senso comum, que tendem a polarizar a classe trabalhadora em termos de uma maior ou menor propensão revolucionária ou conservadora no campo político. E, por outro lado, que procure superar concepções unilaterais e relativamente unidimensionais na aproximação ao objecto de estudo em equação, sejam elas portadoras de um viés economicista ou culturalista.

Este seminário tem como objectivo ampliar a discussão em torno das classes sociais - e sobretudo da classe trabalhadora - enquanto entidades colectivas dinâmicas. A sua  inscrição no processo histórico permitir-nos-à compreender o nexo entre as posições objectivas na estrutura socioe-conómica e a sua participação num contexto social, político e cultural mais amplo, com um enfoque particular sobre a produção de valor, as relações sociais que caracterizam a sociedade capitalista, as dinâmicas de  mobilização colectivo e de conflito social que tomam forma no seu seio.

(A entrada é livre)

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