segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Inevitabilidade, o significante flutuante do momento
sábado, 9 de julho de 2011
Falam, falam, falam
Talk talk talk talk
All you do to me is talk talk
When every choice that I make is yours
Keep telling me what's right and what's wrong
Don't you ever stop to think about me
I'm not that blind to see that you've been cheating on me
sexta-feira, 1 de julho de 2011
A Ideologia não está cá! Tá tá!
CU-CU |
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Ideologia (2)
Falei aqui da malvada da ideologia. Antes de continuar, faço apenas uma ressalva: os embaraços provocados pela noção de ideologia não se limitam, por certo, ao campo político. Não é assim tão raro que um historiador critique o trabalho de um colega acusando-o de ter abandonado as elementares regras científicas e de ter cedido às suas paixões ideológicas. Mas a questão da ideologia tem especificidades a nível do debate político. Concentro-me nos partidos de que estou próximo. E que por isso tenho mais vontade de criticar, o PCP e o BE. No campo do PCP a ideologia é um problema na medida em que parece só poder haver espaço para uma. Corre-se assim o risco de reduzir a ideologia a uma doutrina. A redução chegou a tal ponto que já não chega ser comunista para ser militante do PCP. Nem tão pouco marxista. Nem sequer marxista e leninista. É preciso ter sido abençoado pelo hífen do marxismo-leninismo. Dir-me-ão que nada disto é muito relevante quotidianamente. Que há uma cultura política que abrange a questão teórica mas que a ela não se restringe. Que quando um militante faz uma proposta não há quem vá confirmar se é ou não conforme ao que reza o hífen. E eu em parte concordo. Mas só em parte. Porque a questão não é simplesmente a inexistência de condicionamento ao desvio ideológico. Mas é preciso, sim, haver um clima que estimule esse desvio. Ideologia sem desvio é culto identitário. E isto em nada obriga que o PCP renegue a sua história ou os seus princípios. História não é igual a identidade. E, quanto aos princípios, o Partido pode e deve continuar a ser fiel ao princípio comunista (e não apenas como um horizonte, mas também como início de qualquer prática) sem, porém, obrigar-se a muitos mais ismos (os defensores da doutrina podem não acreditar mas já havia comunismo antes de Marx). Quando falo de criatividade ideológica, não falo, aliás, do filósofo X ou Y que apresenta uma tese assim ou assado. Mas a de um partido feito por homens e mulheres que se reúnem em múltiplos espaços de debate e que fazem dessas reuniões momentos de experiência política teórico-empírica. Quanto ao BE, fica para o próximo post. Aí a questão é outra, não sei se melhor, se pior.
terça-feira, 14 de junho de 2011
Ideologia (1)
Nos últimos meses a malvada da ideologia apareceu uma e outra vez na cena político-institucional. A palavra emergiu como um problema. Como um dos problemas que se teria abatido sobre este país. Disseram uns que recusar a troika seria uma fuga ideológica para a frente protagonizada por outros, que em nada resolveria a mais crua das realidades, a de um país que precisa de dinheiro e que só o encontraria entregando-se nas mãos troika (“isso da democracia e da soberania e das alternativas e do Louçã e do comunismo é tudo muito bonitinho mas a ideologia não enche a barriga de ninguém”). Aqueles a quem este discurso foi dirigido não se deixaram, porém, desarmar e vai daqui que contrapuseram que ideológicos eram, isso sim, os outros; ideológicos eram os Catrogas, os Nogueira Leites, os Duques, aqueles que, num cenário de crise, haviam abdicado da mais elementar lucidez económica, trocando-a pelos cantos da sereia neoliberal, renegando à mais objectiva das regras fundadoras de uma política económica anti-recessiva, a regra de estimular o crescimento investindo e não retraindo. Em suma, em resposta à crise teríamos desvios ideológicos de esquerda e desvios ideológicos de direita. Mudar a realidade é que não, uma vez que está tudo a correr bem.