quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Fordismo e pós-fordismo



O desenvolvimento do modo de produção capitalista no século XX potenciou uma aceleração das transformações na esfera produtiva, com um impacto assinalável em diversas esferas da vida social: da escola ao trabalho, das relações familiares às instituições do Estado. A existência de ciclos económicos assentes no desenvolvimento de paradigmas tecnológicos, políticos e sociais vem sendo por isso objecto da atenção de vários investigadores, tendo sugerido a classificação de períodos históricos em função das formas predominantes de relação entre trabalho e capital, dos sectores industriais estruturantes do crescimento económico e das inovações tecnológicas com maior impacto no processo produtivo.
O termo “fordismo” foi avançado, nesse contexto, como definição para um período iniciado na primeira metade do século XX e assinalado pela massificação da produção e do consumo, pelos elevados elementos de mecanização, racionalização e estandardização implícitos no desenvolvimento de linhas de montagem, pela centralidade da indústria automóvel e petroquímica, por sofisticadas técnicas de regulação das relações de trabalho e pela crescente intervenção, directa e indirecta, do Estado na actividade económica.
O termo “pós-fordismo” foi avançado, por outro lado, para caraterizar o conjunto das transformações verificadas, a partir da década de Setenta, ao nível das formas de organização do trabalho, da natureza da intervenção do Estado e dos paradigmas tecnológicos aplicados à produção. Diferentes noções emergiram no intuito de classificar estas transformações. “Neofordismo”, “especialização flexível”, “toyotismo”, “capitalismo tardio”, “biopolítica”, ou, mais recentemente, “informacionalismo” e “regime de acumulação financeirizado” são algumas delas. Contudo, o termo  “pós-fordismo” consagrou-se na literatura especializada por ser uma noção aberta à plasticidade de um processo multidimensional e em permanente atualização.
Este colóquio propõe-se interrogar as lógicas e dinâmicas destes dois paradigmas, os contextos que presidiram à sua afirmação, as mudanças que estiveram na sua origem e os conflitos a que dão forma.

Mais informações acerca da Conferência Internacional «Fordismo e pós-Fordismo: ciclos e transformações na sociedade contemporânea» podem ser consultadas aqui.

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