Para começar eu tentei gostar. O título - "Deus, Pátria e Família" - sugeria uma iconoclastia anti-nacionalista, que a bem da verdade até existe na música, e esta entrevista mostrava um jornalista entusiasmado com o que seria um texto refundador. O jornalista depois de comparar a musica com o FMI do José Mário Branco resolve a comparação da seguinte forma:
"A provocação de Fachada é uma outra coisa. É um gesto estético integrada num contexto específico, uma provocação para agitar, o retrato de família que B Fachada, que "não canta em português", fez deste país, ano 2011. Com as pontas soltas da ambiguidade que é uma das suas imagens de marca."
Depois de tantas loas, fiz o download da coisa e dediquei vinte penosos minutos a um artista - no sentido que se usa na minha terra - que já tinha descartado há muito tempo, ainda antes dele ser gemedor de baladas. O resumo da minha experiência é que a pose e o tom continuam a não disfarçar a voz de jumento afónico e nem o mérito deste verso ""sem a pátria para cantar, sobra o mundo para viver" salva mais este bocado de inépcia musical.
Como me lembro do tipo a perorar contra a Sophia aqui fica um pedaço de literatura com dedicatória:
"Com fúria e raiva acuso o demagogo
Que se promove à sombra da palavra
E da palavra faz poder e jogo
E transforma as palavras em moeda
Como se fez com o trigo e com a terra"
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