terça-feira, 31 de janeiro de 2012
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Inevitabilidade, o significante flutuante do momento
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Negacionismo e judicialismo histórico
"As tendências apologéticas na historiografia do fascismo e do nazismo devem ser combatidas mas não opondo-se-lhes uma visão normativa da história. É por isso que as leis contra o negacionismo podem revelar-se perigosas. Se o negacionismo deve ser combatido e isolado em todas as suas formas – o de Robert Faurisson e o de David Irving, tal como o, aparentemente mais respeitável, de Bernard Lewis - vários historiadores (nos quais me incluo) mostraram ter dúvidas sobre a oportunidade de o sancionar pela lei. Isto levaria a instituir uma verdade histórica oficial protegida pelos tribunais com o efeito perverso de transformar os assassinos da memória em vítimas de uma censura, em defensores da liberdade de expressão."
Enzo Traverso, Passé, modes d'emploi - histoire, mémoire, politique, La Fabrique
domingo, 22 de janeiro de 2012
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Tiago Marques Leite
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Afinal o que é o comunismo?
Caldeirada Williams faz parte do muito cá de casa e, relembre-se, deixou para posteridade o comentário mais apetitoso sobre os motins de Londres: «Carta aberta a todos os que condenam os motins», traduzido pelo operário-poeta Miguel Cardoso, que também se embebeda, ou embebedava, nesta tasca, e publicado nas Edições Antipáticas.
Evan Calder Williams aproveitou o fim do seu blogue para escrever um longo excurso, que uma alminha caridosa podia fazer o obséquio de traduzir, sobre a finitude, a amizade, a efemeridade, os suportes digitais, as lutas, as línguas, Carlo Emilio Gadda, as consequências da dor, o comunismo, etc. Sobre o comunismo, Calder Williams deixou uma pequena nota, colocada entre parêntesis, que me parece bastante produtiva para quem se situa no campo político da igualdade. Como diria Rancière, quem não parte do pressuposto da igualdade das inteligências corre o risco de encontrar a desigualdade em cada esquina. Algo que costuma acontecer com frequência no campo do gosto, que é um terreno profícuo para demarcações simbólicas, hierarquias e desdéns de vária ordem. Por oposição às comunidades do bom gosto, cheias de luminárias, deferências, pancadinhas nas costas e pedagogias bem-intencionadas, não fosse o seu objectivo libertar os plebeus do seu gosto pouco refinado, Calder Wiliams apresenta-nos uma alegoria do «mau gosto». Quem sabe esta não é a alegoria que faltava para o comunismo do século XXI:
Note: as a defender of communism as structurally a project of "bad taste," insofar as it is the flowering of the misuse of things, of going too far, of dwelling at the edges of the underutilized capacity of spaces, techniques, and material, I stand firmly in support of that insane frenzy of available styles. It's no accident that so fucking gauche and far left mean basically the same thing. The last thing we need is to shackle ourselves transhistorically to a cool minimalism.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
O Cognitariado de Mariano Gago
Aumentou nos últimos anos o número de trabalhadores de investigação científica. A questão que hoje se coloca a estes trabalhadores é, no entanto, preocupante: qual será o seu futuro?
A resposta não está escrita no céu e em parte depende da força que os próprios conseguirem fazer valer. Esta força terá que assumir necessariamente uma dimensão colectiva. O tempo das soluções individuais já passou. Se é que essas alguma vez chegaram a ser solução.
O mais urgente, neste preciso momento, parece-me ser construir espaços comuns de discussão que reúnam a comunidade de investigadores. Estes espaços não existem por várias razões. Queria apenas elencar três: docentes e bolseiros reunirem-se separadamente, os primeiros nos seus sindicatos e os segundos nas suas associações; sindicatos de docentes e associações de bolseiros com pouca capacidade de mobilização dos seus representados; e representados em que só raramente estão incluídos docentes sem emprego ou bolseiros sem bolsa.
Uma reunião capaz de colocar ao mesmo nível os diferentes tipos de investigadores será um primeiro passo para um debate que será demorado. Um bom ponto de partida para nesse debate atalhar caminho é o balanço da política científica dos últimos anos, particularmente associada ao legado de Mariano Gago e ao ciclo de investimento europeu subjacente ao protagonismo do seu ministério.
Para colocarmos as coisas de um modo simples, ainda que desajeitado, a pergunta pode ser assim formulada: devemos dizer bem ou dizer mal do legado de Mariano Gago?
Se lermos as notícias que nos chegam de boa parte da comunidade científica, a resposta parece clara: dizer bem de Mariano Gago. E não custa adivinhar, perante o novo governo, e o futuro mais sombrio que com ele se avizinha, que a tendência nos próximos tempos seja para enfatizar ainda mais positivamente aquele passado.
A maior parte dos que elogiam Gago serão, no entanto, investigadores integrados no sistema académico. Dessa posição é mais fácil julgar o tempo de Mariano Gago como uma época de ouro, pois foi então que os investigadores integrados passaram a dispor de um conjunto importante de recursos, o que lhes permitiu dedicar mais e melhor tempo à ciência. Acontece, porém, que entre aqueles recursos se encontravam e encontram não apenas microscópios, bibliotecas e fundos, mas também um número considerável de outras coisas, especificamente nomeadas como bolseiros. E é preciso dizer que muitas vezes tanto o ministério como os investigadores integrados olharam e olham os bolseiros como recursos humanos e não como trabalhadores com direitos ou colegas de profissão.
Não surpreenderá, por isso, se do ponto de vista dos bolseiros os anos de Mariano Gago sejam também tempos de sombra, tratados como mão-de-obra barata, precária e descartável por faculdades, governo e União Europeia, sem direito a contratos de trabalho, sem direito a subsídio de desemprego, sem direito a descontar condignamente para a segurança social e sem direito, em vários casos, a ver a lei ser cumprida – por exemplo a questão da obrigatoriedade de integração dos pós-doutorados nos conselhos científicos. Enfim, é preciso dizer que o progresso da ciência se fez com base num regime de exploração laboral muito pouco civilizado. Se ministros houve cujo sucesso dependeu da aposta numa condição precária, é preciso dizer que Mariano Gago foi um deles.
A expressão comunidade científica, sem dúvida muito elegante, não deixa por isso de ser equívoca neste caso. Pressupõe uma relação horizontal entre os seus membros que está longe de existir num mundo universitário onde os factores de diferenciação se acumulam, do catedrático ao bolseiro, do vínculo definitivo de uns à ausência de vínculo laboral de outros, dos salários elevados às vidas pobres. E é também por isto que hoje nós, trabalhadores da ciência, do mais ou menos graduado, precisamos de saber construir um projecto político capaz de fazer duas coisas ao mesmo tempo: aumentar o investimento do Estado na ciência e conseguir uma distribuição mais igual dos recursos disponíveis na dita comunidade. Para que tantos não continuem a escrever os artigos para os outros, como os operários que para os outros construíram as cidades onde nunca chegaram a viver.
texto publicado hoje no i
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
james bond de avental
Apenas umas linhas, para tomar o gosto...
Foi iniciado Maçon no Grande Oriente Lusitano, em 1988, tendo saído em 1990, para constituir a Grande Loja Regular de Portugal-GLRP, onde fundou a Loja “Quinto Império” e onde foi sucessivamente, até finais de 1996, Grande Inspector, Assistente de Grão Mestre e Vice Grão-Mestre. A partir de 1997, passou a integrar a Grande Loja Legal de Portugal/GLRP – potência regular internacionalmente reconhecida pela Maçonaria Universal – de que é, a partir dos começos de 2001, o actual Grão Mestre (até Março de 2004).