tag:blogger.com,1999:blog-6968660544673273352.post8622336493589826365..comments2023-09-28T14:07:47.931+01:00Comments on Unipoppers: Carta aberta aos que condenam as pilhagensRicardo Noronhahttp://www.blogger.com/profile/04886046227693095662noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-6968660544673273352.post-21593584811175906802012-04-04T18:00:35.624+01:002012-04-04T18:00:35.624+01:00Acho que a posição das Cartas e do ECW é mais dial...Acho que a posição das Cartas e do ECW é mais dialéctica que isso. Se há uma apologia, ou mesmo uma defesa da barbárie, pode ler-se 1( (face à civilização capitalista) como uma recusa de uma ideia de progresso que significa frequentemente não mais do que a extracção de valor, e a violência sistémica que a acompanha; 2) (Face à civilização socialista) uma vigilância face ao adiamento da emancipação e da construção de um colectivo em nome de um programa. E, sobretudo, uma insistência que não podemos procurar novas formas do colectivo “noutro lado”, no passado distante ou num futuro depois do Capital. E é por isso que faz sentido falar de barbáros (e não selvagens): os bárbaros existem no meio da civilização, como o nome que é dado a tudo o que não é compatível com os seus valores. E para isso não é preciso sequer andar a partir coisas: elas partem-se e dissolvem-se à nossa volta, de modo que a exclusão dos ganhos civilizacionais não é uma escolha. Habitamos – uns mais do que outros – as ruínas do modelo de desenvolvimento capitalista. E, tal como as coisas estão, a incerteza e as contradições da recusa, e mesmo o trabalho de construir formas de solidariedade, ainda sem um trilho definido, só pode ser lida como in-civilizada, ou bárbara. É bárbaro na medida em que procura arrancar os objectos e as pessoas às cadeias de circulação e grelhas de valor existentes sem ter uma “civilização” para pôr no seu lugar, sem ter ainda à sua disposição os lugares para pôr as coisas. A barbárie não é um objectivo. Marca o reconhecimento de um momento de confusão para o qual não há uma saída óbvia, e um momento de “falta de educação” do qual não queremos ser curados, pelo menos tendo em conta as curas disponíveis. Sem ceder nem à romantização da violência nem à chantagem das auto-estradas para o progresso da humanidade, capitalistas ou socialistas. <br /><br />Quanto aos motins, mais especificamente, o argumento é também bem mais complexo, como acho que se tornará evidente mais à frente. Uma pequena amostra:<br /><br />“Não se defende um motim. Não é “bom” ou “mau”. Um motim é um abanão das posições de pertença e de juízo moral. É também, com muita frequência, um abalo interno aos contornos que pareciam desenhar linhas de classe comuns.<br /><br />Implica situações de um género a que assistiremos seguramente mais, os desesperadamente pobres a virarem-se contra os pobres-mas-remediados, o confronto entre donos de loja e saqueadores, entre trabalhadores e amotinados, entre aqueles que partem as janelas e aqueles que as limpam, bem como dos indivíduos contra eles próprios, dado que nem sempre se arrumam facilmente neste ou naquele campo.”Miguel Cardosohttps://www.blogger.com/profile/13722373477345873486noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6968660544673273352.post-36405623081169954332012-04-04T16:20:03.607+01:002012-04-04T16:20:03.607+01:00Percebo e partilho a parte analítica da carta, as ...Percebo e partilho a parte analítica da carta, as motivações dos gestos como o seu sentido social. Mas recuso-me a ler na alternativa "Socialismo ou barbárie" algo como, "se não podemos ter socialismo, ao menos justifica-se a barbárie". O que compreendemos não é o que aceitamos ou justificamos. De outra forma, a tal alternativa não seria uma alternativa.João Luís Lisboahttps://www.blogger.com/profile/11666047047969863034noreply@blogger.com